quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Tempo...


- ...preciso ganhar tempo! Como posso fazer para ganhar tempo? Eu não quero morrer agora... não quero!!!!

Era nisso que eu pensava enquanto Rodrigo passava aquela faca pelo meu corpo. Minha cabeça girava e eu, por mais que estivesse apavorada, não conseguia reagir. Isto acabou me salvando. Afinal de contas Rodrigo não era um assassino tão diferente assim dos demais. Tudo o que um estuprador quer é que a pessoa grite. Tudo o que um assassino quer é que a vítima tenha medo de morrer. Eu tinha medo. Muito medo. Tanto medo que acabei ficando paralisada. E isso fez com que ele não me matasse. Como você foi idiota, Rodrigo. Acreditou em toda aquela baboseira que eu inventei. Uma mulher fala em estar decepcionada com os homens e eles sempre acreditam. Eles acham que nossas vidas giram em torno deles. Patéticos. por isso, cada vez mais, eu os desprezo. Todos esses Maurícios, esses Rodrigos são patéticos. Querem impressionar e ficam criando fantasias em suas cabeças. Joguinhos imbecis... Imbecis... Todos eles!

Agora que eu estava viva, tinha que fazer de tudo pra me manter assim...Tinha que aprender a jogar o seu jogo, Rodrigo. Por isso eu fui falando tudo o que você queria ouvir. Fui me colocando numa posição cômoda e frágil. Era isso que você queria ver. Era nisso que você queria acreditar. E eu me prestei à isso.

- O que você vai fazer comigo, Rodrigo?
- Ainda não sei. Mas uma coisa é certa: você não pode sair daqui enquanto não resolvermos.
- Eu quero ficar com você...
- Comigo?
- Sim.

Foi muito engraçado ver sua cara quando eu disse isso. O serial-killer tão poderoso estava desnorteado. Algo estava acontecendo dentro de você que eu não sabia ainda o que era... mas pretendia descobrir. Você acreditou que eu quisesse ficar mesmo com você? Claro que sim... homens do seu tipo sempre acham que as mulheres estão prontas a se apaixonar por vocês. Eu já mencionei a palavra "patético"?

- Você vai ficar nessa caixa. Até eu decidir o que fazer com você...
- Eu faço o que for preciso...

- Você realmente acreditava em toda essa submissão?

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Chat e humor negro... (Stand-Up)

Eu entro numa sala de bate-papo,e sempre, sem nenhuma exceção, a minha primeira resposta sempre vem de uma daquelas automáticas dizendo:
garotagostosapracacete03 fala reservadamente para FuturoPresidente01: Olá, quer conhecer a mulheres mais gostosas da internet em poses pra lá de sexys? Entre em http://www.ripanachulipacomgosto.com.br/. Entra aí vai.

(háháháháháháháháháháháháháháháhá)

Uma vez entrei num chat desses e já me revoltei, pois não tinha muita experiência e moça perguntou se eu queria "tc". Tecê? Onde já se viu? Vê se eu tenho cara de aranha ou de costureira.

(háháháháháháháháháháháháháháháhá)

As salas de bate-papo já estão quase mudando para quartos de bate-papo. Aliás, em alguns casos de garotos adolescentes, estão se tornando "quartos de bate-bronha".

(háháháháháháháháháháháháháháháhá)

Falando em chats, esses dias eu fiquei estarrecido com uma notícia sobre uma tal de Carolina Vaissifiuder, ou algo assim. Dizem que ela desapareceu depois de ficar um dia inteiro numa sala de bate-papo. Me parece que ela foi encontrada com várias facadas, mas depois de ficar um dia inteiro num chat, não duvido que ela mesma tenha se matado com 42 facadas.

(háháháháháháháháháháháháháháháhá)

Os chats não poderiam ter outro nome. Ultimamente não tem nada mais chato que chat.

(háháháháháháháháháháháháháháháhá)

A gente lê sobre essas coisas que acontecem quando são marcados encontros pela internet e descobre que a modernidade está acabando com as pessoas. Toda vez que uma menina marca encontro pela internet acontecem coisas distintas, ou ela morre assassinada, ou morre de vergonha ao ser desprezada pelo cara com quem ela ía se encontrar, ou ainda pior, mata o cara de vergonha ao deixá-lo lá plantado.

(háháháháháháháháháháháháháháháhá)

Tem gente que entra nesses sites de bate-papo e começam a inventar histórias, dizendo que são assassinos, bruxos ou torcedores do Ipatinga.

(háháháháháháháháháháháháháháháhá)

Um dia desses eu estava numa sala de bate-papo e vi um cara fazendo uma ameaça pruma menina. Ele disse, eu vou te matar de prazer, vou te fazer sofrer no meu p...

(háháháháháháháháháháháháháháháhá)

Além do crime de ameaça, ainda pode ser acusado pelo crime de calúnia sobre as próprias capacidades sexuais.

(háháháháháháháháháháháháháháháhá)

Lembrei mais uma coisa sobre o caso da Carolina Vaissifiuder. Dizem que ela foi esfaqueada porque não teve coragem de cortar o cara na sala de bate-papo.

(háháháháháháháháháháháháháháháhá)

Talvez ela tivesse a ilusão de o cara era um baita de um "espada", e ele era mais adepto as facas.

(háháháháháháháháháháháháháháháhá)

Dizem que ela não sabia como cortar relações. Ele sim.

(háháháháháháháháháháháháháháháhá)

Alguns até citaram o fato de ela ser meio fofinha, como o motivo para esse crime ter acontecido. Quando ela descobriu que ele era um "serial killer", achou que ele ía levar um "quilo de cereal".

( ... )

É, eu sei, essa foi sem graça. Mas não precisam me deixar assim, mais sem graça que eu já sou.

(háháháháháháháháháháháháháháháhá)

Sabia que ao contrário do assassino da Carol, vocês não íam me cortar.

(háháháháháháháháháháháháháháháhá)

Algumas vezes as pessoas sabem que vão morrer, mas fingem que não é com elas.
-Ah, se ele fosse me matar mesmo, ele não ía me avisar que estava com a "faca" e o queijo na mão.
Geralmente o queijo não é usado.

(háháháháháháháháháháháháháháháhá)

Esse caso da menina assassinada me deixou com a pulga atrás da orelha. Ou seria com o mouse atrás do monitor?

(háháháháháháháháháháháháháháháhá)

Reparando bem, posso ver que aqui na platéia, podem ter assassinos e pessoas que gostam de entrar em chats. Aliás, assassinos que gostam de entrar em chats. E tem aquele careca ali na frente que tem cara de quem entra em chat, mas não mataria ninguém. A não ser de rir.

(háháháháháháháháháháháháháháháhá)

Aliás, tenho certeza que ele poderia entrar num chat dizendo que é alto, uns 29 anos, olhos verdes, moreno... E alguma menina iria acreditar. Na hora que se encontrassem, alguém teria que morrer.

(háháháháháháháháháháháháháháháhá)

Uma vez, eu entrei num chat e pensei em brincar, resolvi por uma foto totalmente esculachada, pra que ninguém falasse comigo. Pensei em colocar uma foto de um cara careca, barrigudo, com a boca torta, nariz de batata e os dentes judiados. No fim vi que era só pôr uma foto real minha.

(háháháháháháháháháháháháháháháhá)

Na sala de bate-papo a gente pode ser quem quiser. Muitas vezes não quem a gente quiser, mas quem uma garota quiser. Se ela diz que gosta de um cara loiro com olhos azuis, 1,75 de altura, com o peito cabeludo e barriga tanquinho, a gente chega até dizer:
-Só falta você dizer que gostaria de um cara de Peixes.
-Não, prefiro um de Câncer.
-Que sorte, pois se fosse de Peixes, não seria eu. Eu sou de Câncer.

(háháháháháháháháháháháháháháháhá)

Sabia que tem casais que se conhecem, namoram e casam na internet? Depois eles tem filhos, e descobrem que seus filhos tem a cara do cara do outro bate-papo.

(háháháháháháháháháháháháháháháhá)

Mas querido, foi uma confusão natural. Você usa o nick de "MarioGostoso01" e ele usa "MarioGostosozero1".

(háháháháháháháháháháháháháháháhá)

Não é à toa que um dia essa criança pode crescer perturbada. Se tornar um assassino serial e entrar numa sala de bate-papo. E... Eu nunca vou conseguir completar uma boa piada sobre esse assunto.

(háháháháháháháháháháháháháháháhá)

A gente fala isso brincando, mas na verdade, o bate-papo e o sexo virtual é até muito seguro. Ninguém engravida on-line, ninguém pega doença e, a não ser quando sai do virtual, ninguém morre com várias facadas.

(háháháháháháháháháháháháháháháhá)

Obrigado, vocês foram uma platéia muito boa. A gente se encontra por aí, numa sala de bate-papo perto de você. As meninas que quiserem conversar comigo depois da apresentação, eu estarei num barzinho ali na esquina, na frente da praça da igreja.

*Baseado e fumado em fatos reais... Teoricamente.

domingo, 13 de julho de 2008



ela largou as mãos dele e as esticou ao longo do corpo, apertando os olhos. Um silêncio longo e a faca tombou sob o peito de Carolina, enquanto ela prendia a respiração sentiu a faca escorregando e caindo em cima do plástico

abriu os olhos e deu de cara com Rodrigo, numa expressão muito calma e séria, examinando a faca

_o que foi?
_ ahn? – ele a encarou como se sua voz viesse distante, como um delírio
_ achei que você
_ é, eu ia te matar, mas percebi que... não teria graça.
_ por quê?
_ você não tem medo. Nem de mim, nem de morrer. Não chora, não pede pela sua vida. Chegou aqui sem acreditar que eu fosse um serial killer, mas quando viu a verdade não se deseperou, nem tentou fugir
_ vim até aqui porque achei você um cara legal. Mas depois de ver aquela geladeira, o que eu poderia fazer?
_ tentar lutar comigo e fugir
_ olha o seu tamanho e o meu, Rodrigo, só se eu fosse louca – Carolina se ergueu, sentando sobre o plástico – elas ficaram com medo, né
_ todas. A simples idéia de matar alguém que já esperava por isso não tem graça. Você nem se achou diferente ou especial por eu ter te contado tudo, simplesmente aceitou o inevitável. Acho que todo mundo devia ser assim invés achar que sua vida vale mais que a dos outros. No fim das contas, estar vivo é uma arbitrariedade e as pessoas só gastam seu tempo com mediocriades

_ todo mundo vai morrer, né?? - mas acho que se você me pegasse de surpresa talvez eu desesperasse. Ah sei lá, depois da decepção que tive com o Maurício nunca mais vou esperar algo bom de alguém
_ eu nunca esperei. Mas você tinha uma impressão errada de mim lá no chat, achou que eu estivesse fazendo gênero como esses canalhas de internet
_ esperava que nós saíssemos e fosse divertido, não mais que isso
_ não mesmo?
_ ah, minutos atrás eu esperava que você me matasse, mas isso não era bom, nem ruim
_ você queria morrer por causa da história com seu namorado?
_ não só por isso, mas é que tem horas que eu acho que a minha vida é cheia de complicaçõs, Rodrigo. Amar um canalha mentiroso, ter colegas invejosas no trabalho que tentam puxar meu tapete...é tão cansativo, pra quê tudo isso?
_ realmente, não faz sentido

_mas e agora, o que vamos fazer, se a minha vida é tão sem graça que você nem quer acabar com ela?
_ eu ainda não sei, Carolina. Mas uma coisa é fato. Agora que você sabe de tudo, não pode sai daqui enquanto não resolvermos

sexta-feira, 11 de julho de 2008

The dreaming tree

Não me lembro quanto tempo durou a ida do motel até meu apartamento. Você falava, parecia em êxtase. Você não acreditava, achava que era pura encenação. Não prestei atenção no que falava, suas palavras eram barulhos irreconhecíveis. Algo diferente estava acontecendo. Respondia suas perguntas vagamente, só queria chegar logo em casa.

“Quer dizer que aqui é o matadouro, não é?” Você deu uma leve risada irônica, logo após entrar. Sentia-me perdido, nunca fiquei assim antes. Você mexeu comigo, Carolina. Você era diferente das outras. Você é diferente. Sabia quem eu sou, sabe qual será o final. Mesmo assim, continuou.

Sentamos no sofá. Você me perguntava detalhes sobre as outras vitimas. Como eu as conheci, como as matei, o que senti. Percebi que você ainda não acreditava, minha Carolina. Era tudo diversão, você estava fascinada.

Por quanto tempo conversamos? Não sei, não sei. Somente sei que você foi a única com qual conversei bastante. Você, com suas frases longas. Eu, com minhas frases rápidas, lacônicas. Carolina, você era diferente das outras. Você é diferente.

Mas algo mudou, logo após você me contar sobre seu caso com alguém, que se chamava Mauricio. Você mudou, Carolina. Cada palavra era proferida com um sabor de tristeza, magoa. Uma Caroline diferente apareceu. E me fascinou. Você era diferente, Carolina.

Mas, ainda assim, você não achava que era pura encenação. Até aquele momento...

- Essa conversa me deixou com um pouco de sede. Onde tem água aqui? Vinho eu sei que não tem, você não bebe.
- Na geladeira tem água.

Você viu, Carolina... você viu a verdade lá. Na geladeira. Pedaços de outras vitimas. Você as encarou por um tempo. Uma sombra caiu sobre você, algo aconteceu. Você sabia quem eu era. Já sabia o final. Mas, mesmo assim, você continuou.

- Então é verdade.
- Sim...
- Você vai me matar mesmo?
- Sim...
- Nenhuma chance de evitar isso?
- Você sabe que não.

“É, eu sei.” Sua frase ecoou em minha mente, Carolina. Está até hoje, como uma tatuagem.

- Onde você vai me matar?
- No banheiro. Já está tudo preparado lá.
- Prefiro que seja aqui, na sala. Traga para cá, eu espero. Não vou fugir.

Enquanto eu preparava tudo, você olhava meus CDs. Você estava diferente. A sombra ainda estava em você. E, por mais contraditório que pareça, estava calma. Você queria isso. Olhou quase todos meus CDs.

- Você tem um gosto musical único. Sempre achei que psicopatas gostassem de músicas barulhentas. Mas você prefere jazz. Não só jazz, claro, mas sua coleção é grande.

Mas o cd que você escolheu não era jazz. Olhou para a capa por alguns segundos. Colocou no aparelho e foi direto para uma única música. A minha música preferida, Carolina. Você era diferente. Você é diferente.

Standing here / The old man said to me / “Long before these crowded streets / Here stood my dreaming tree...

Tudo pronto. Você se posicionou no plástico que coloquei no chão. Fiquei na sua frente, em silêncio. Seu olhar me atraia, não conseguia desviar o olhar. Algo diferente estava acontecendo. Mas você sabia o final, e continuou assim mesmo.
Não conseguia levantar a faca. Você se aproximou e a encostou em seu peito. Suas mãos estavam macias. Você parecia calma.

I would leave you now / If a had the strenght to / I would leave you up / To your own devices / Will you not talk / Can you take pity / I don’t ask much...

Seu olhar me fascinou. Você me fascinou. Carolina, você era diferente, você é diferente. Você foi até o fim. A ponta da faca em seu peito, suas mãos macias na minha. Era a hora.
Seus olhos se fecharam, e seu reflexo na faca sumiu.

“Daddy come quick / The dreaming tree has died / I can’t find my way home / There is no place to hide / The dreaming tree has died”.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Bilhete de Geladeira

“Temos um serial killer em nossas mãos”, afirma o detetive Cerqueira, responsável pelo caso Villenflusser, em entrevista exclusiva à Gazeta da Meia-Noite, ontem, em São Paulo. Recado na secretária eletrônica de amiga aponta psicopata como principal suspeito. Carolina Villenflusser, jovem relações públicas de 24 anos, desapareceu misteriosamente há 1 mês.

De acordo com Cerqueira, a amiga em questão se manteve em sigilo até agora por medo de ser a próxima vítima do suposto serial killer, mas não agüentou a pressão e a saudade da amiga, que ela acredita ainda estar viva. “O sigilo de nossa fonte será mantida, mas o conteúdo da mensagem poder ser divulgado”, disse Cerqueira, da 69ª Delegacia de Homicídios. O trecho segue:

“Oi (...). Você não vai acreditar, mas conheci um cara na internet. Veio com a cantada mais estranha do mundo, disse que era assassino em série e já matou oito pessoas em casa. (risos). E o pior, falou que comeu todas elas! Cada uma, né? Bom, vou jantar com ele hoje. Quem sabe ele não é um gato e me (...) também, né? Te ligo se precisar de resgate, tá bom? (...) Fiquei excitada com essa brincadeira de ser assassino. (risos)”, revelou Carolina Villenflusser, cuja voz pode ser ouvida pela primeira vez pelos jornalistas que cobrem o caso.

Fontes não-oficiais apóiam a teoria de que a suposta amiga se encontrou com Carolina na noite do assassinato e que resolveu colaborar para não ser incriminada no futuro. O detetive Cerqueira nega qualquer informação, mas não descarta outros suspeitos. “Embora possamos realmente ter um matador habitual envolvido, nada garante que isso seja verdade, portanto, as demais investigações continuam. Tudo em sigilo.”

Confrontado com dados sobre os outros oito assassinatos recentes em São Paulo, Cerqueira foi discreto. “Até o momento, temos um crime cometido e um corpo esfaqueado encontrado. Até mais evidências serem apresentadas, encaro a situação como sete desaparecimentos, oito se adicionarmos Carolina, e uma morte. Tudo pode, ou não, estar relacionado, mas não há provas que comprovem essa teoria”.

Por conta dessa informação, a juíza Helena Schinauzer, da 24ª vara criminal, acatou pedido da família Villenflusser para o aumento da segurança no serviço de chat que Carolina freqüentava. Os detalhes do pedido e os servidores envolvidos serão mantidos sob sigilo.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

For Your Eyes Only

*O relato a seguir é parte do dossiê do caso Villenflusser, atualmente arquivado no departamento de casos não-resolvidos da Scotland Yard, que ainda assombra as autoridades paulistanas, e resgatado dos servidores de um dos antigos serviços de blog brasileiros, encontrado no endereço [censurado para divulgação pública].blogspot.com*

Hoje tive mais um daqueles sonhos. Fiquei preocupada e, sinceramente, não sei o que fazer. Liguei para a Aninha para encontrar apoio, mas nem ela agüenta mais minha tristeza por causa do Maurício. O que será que eu fiz de errado para Deus? Jogar pedra na cruz é pouco, acho que eu roubei o corpo e fui vender os trapos no E-bay da Judéia!

(Não, você fez por merecer e ninguém mais quer te ouvir reclamar da vida. Suas decisões, seu destino. Aprenda a viver com isso.)

Esses pesadelos estão me incomodando, sabe. Não contei para ninguém e nem sei por que estou escrevendo no blog. Ninguém vai ler mesmo. Não sei nem por que me dou ao trabalho de ter um blog. Ai quanta bobagem. Mas continuo triste. Como o Maurício fez isso comigo? Mulher grávida? O que ele esperava? Que eu entendesse tudo? Canalha! E ainda vem querer me dizer que pode explicar e que quer ficar comigo! Filhodaputa! Ele ... [censurado para divulgação pública] ... e me paga!

(Aposto que se ele te colocasse na parede agora você não pensaria duas vezes antes de abrir as pernas e tentar sugar até a alma dele, não é?)

Mas eu ainda estou apaixonada. E abandonada. Por burrice própria. É, burrice! Quem mandou sair com uma pessoa da internet? Só tem maluco ali.

A quem estou querendo enganar? Adorei a adrenalina e ele é tão bom de cama. Nunca ninguém me tocou daquele jeito. Tão sincero e tão excitante. Aquela boca, então! Aí que perdição. Só seria mais perfeito se parasse de fumar, mas isso é o de menos.

(No final das contas você teve o que queria, mas falta algo mais, não?)

A primeira noite foi fantástica. Pensei que nunca fosse terminar. Juro que poderia gozar por mais algumas horas se ele não precisasse ir trabalhar. Eu estava de folga, mas ele tinha “algo para fazer”. Aposto que era ir passear com a esposa e ir comprar roupinhas para o bebê. Safado!

Nunca tinha ido àquele motel, embora tenha passado inúmeras noites na pracinha ali em frente. Gosto de sentar lá e ler um pouco. Aliás, se a internet funcionasse lá, acho que ficaria o dia inteiro curtindo a brisa e olhando para o motel. Lembrando do Maurício. E de tudo que o Maurício consegue me fazer sentir. Se eu ...
[censurado para divulgação pública] ... ele aprenderia a nunca fazer isso com alguém.

(Sexo inesgotável não é tudo e você não está sendo honesta com você mesma. Vai se esconder até quando? Você quer matar o Maurício se puder, não quer? Ele te fez sofrer!)

Ele até merecia uma boa lição. Talvez ser jogado numa prisão daquelas das séries de TV e ser currado por um negão chamado Troçalhão. Ele ia ver o que é bom para a tosse! Morrer é pouco para ele. Ele não pode fazer isso comigo e nunca me contar que era casado. E com um filho! Cretino! Posso contar tudo para ela e acabar com a vida dele!

Queria tanto poder ter dito tudo o que sinto na cara dele. Mas não consegui, preferi fugir. E aí começaram os pesadelos. Primeiro sonhei com o tal do dente. Minha tia gazeteira sempre ficava interpretando sonho. Contei num aniversário da família e ela logo começou a fazer que era “morte”, que era ruim sonhar com isso, que eu devia me benzer. Não levei a sério e ri da cara dela. Doida, o dia que os sonhos guiarem minha vida, pode me internar.

(Mas você acreditou, não acreditou?)

Fiquei com medo quando sonhei que o dente matava alguém. Na mordida. Uma boca cheia deles. Dentes horríveis, mas metódicos. Cada um parecia morder individualmente, como as teclas de um piano sendo delicadamente tocadas para proferirem seus golpes. A vítima eu não conhecia.

Mas ela não gritava. Seria uma mulher? Apenas deixava acontecer. Parece que gostava. 32 pequenas armas cravejando o corpo. Não sei em quais partes. Era tudo muito nebuloso. Eu podia ouvir o som de cada um deles rompendo a carne, deslizando pelo sangue, mas continuando brancos e brilhantes, mesmo em meio a todo aquele vermelho vivo. Não conseguia para de prestar a atenção.

Mas, de repente, a cena mudou e eu me vi na praça. Olhando para o motel. Maurício não estava lá.

(Devia estar fodendo outra vadia que conheceu no chat. Ele te trocou! E a mulher dele nem sabe! Você quer matá-lo, não quer? Você pode ...
[censurado para divulgação pública]... com ele)

Eu lia meu livro favorito. “Cidade do Sol”. Alguma coisa sobre escolher o destino parecia saltar das páginas. Como se uma gigantesca lupa chamasse atenção para aquele momento. Olhei para o motel novamente. Aninha saia de lá correndo. E chorando. E eu acordei.

Isso me desesperou um pouco. Se dente era “morte”, dente matando alguém devia ser mais morte ainda. Se eu lesse André Vianco, tudo bem, mas nunca fui de gostar dessa coisa de vampiro. Claro, se o Brad Pitt quisesse me morder eu não reclamaria. Hihi.

(Você quer mais. Seus sonhos te provocam. Mate o Maurício ou esqueça. Há mais gente por aí. Quem sabe alguém mais excitante? Um vampiro, talvez!)

Vampiro. Ha há há. Conta outra. Eu e minhas bobagens. Mas não posso negar. Fiquei assustada, mas curiosa com esse sonho. E pensar no Brad Pitt me deixou um pouco excitada. Imaginar ele me mordendo. Nossa! Ele pertinho já seria tudo de bom, agora imagina me tocando! Dá arrepio só de pensar. Ainda mais se ele resolvesse aparecer todo dia, para me transformar aos poucos. Acho que vou assistir “Entrevista com o Vampiro” de novo. Mas depois.

Acho que vou entrar no chat um pouco. E esse negócio de ficar falando comigo mesma está esquisito demais. Melhor descontrair um pouco, dar uma volta, sei lá.

[Conectar]

PREVDENT, O MELHOR PLANO DENTAL PARA VOCÊ E SUA FAMÍLIA!

(Você realmente acha que isso é só um sonho?)

Aí credo!

[Desconectar em 10 segundos...]

Pensando bem....

[Cancelar]

(Boa menina! Agora você...
[censurado para divulgação pública]... com ele).

*Fim do documento liberado para divulgação pública. Arquivo completo disponível para especialistas criminais e estudantes de direito. Para futura referência. Não publicar na internet.*

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Entrando (em contato) com a Rosca...

Nota: Esse é uma mensagem que recebi de Rosca, via Orkut.

Interessados em saber como chegou até mim, cliquem aqui: Estranha mensagem da Rosca.


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Existem duas coisas que gosto mais do que de pinga, e uma é Carolina e a outra é Profiterólis. Trabalho há anos em uma padaria mixuruca num lugar aí. Sempre fui o padeiro responsável pelo processo de preparo dessa que para mim é uma iguaria sem igual. Fazia com tamanho afinco que todo dia dava uma desculpa a meu patrão que tinha errado na mão para poder pagar o prejuízo e levar minhas Carolinas pra casa.

Tudo ia bem, até que um dia eu passei mal durante o final da produção. Foi quando soube que não poderia mais comer Carolinas, tinha ficado com diabetes. Então, meu chefe, um português burro, fez o favor de vender os MEUS DOCES a um baixote cheio de marra que passou por lá. Foi aí que começou meu problema!

Eu não podia comer meus doces, mas em nenhum momento deixei alguém comer.

Queria parar de fazer Carolinas, por sinal, se eu não podia comê-las, porque uma pessoa com metade da minha altura comeria? Tudo naquele baixote me irritava, principalmente um fato: o cavanhaque. Além de comer minhas Carolinas, tinha um cavanhaque como nunca terei! Eu tenho a cara mais lisa que bundinha de bebê, e sempre quis me lambuzar com o chocolate de minhas Carolinas, mas nunca pude.

Querer e poder são coisas distintas, e meu chefe mandou-me continuar produzindo os doces. Fiz. Mas continuei meu hábito tradicional. Esse homem tentou diversas vezes das mais variadas formas comprar mais de meu doce, mas me desdobrei em vários, dei dinheiro aos meus ex-companheiros de trabalho, para evitar que surrupiasse o que era meu por direito!

"Para que tanto doce, tu não podes comer, gajo!", perguntava meu patrão, mas eu não me importava. Tenho um quarto com quinhentos quilos de Carolinas estocadas pro caso de falta de Carolinas no mundo. Se estão vencidas ou não, é apenas um detalhe.

Eu já tratava pessoalmente do caso: sempre lhe negava as Carolinas. Até que um dia desses ele conseguiu comprar as Carolinas, meu patrão descobriu meu engodo e fui demitido por causa desse post no blog desse baixote: Carolina - Parte I. E ver no final de tudo, como conseguiu ludibriar meus comandados apenas deu mais raiva.

Não apenas perdi o emprego, como meu doce. E ainda tive que vê-lo sorrir indo embora com exatas 550 gramas de meu precioso.

Voltei para casa e me preparei para a vingança. Graças a internet sabia o nome de meu inimigo: Rob Gordon.

Passei a visitar seu blog dia a dia, sempre esperando que cometesse um erro. Sempre. E quando vi que um tal de Champ havia se desentendido com Rob em um momento de distúrbio, eu dei o bote. Com Champ de ego ferido foi fácil convencê-lo a me passar a senha do computador que Jonas usa quando o Rob Gordon não está em casa. De posse da senha consegui invadir o computador com a ajuda de uma criança de dez anos (eu não consigo) e vi quando ela apareceu.

Não satisfeito degustar minhas carolinas ainda queria outra? Era demais! No dia e na hora marcada fui ao encontro dessa mulh (fim da mensagem)

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Infelizmente a mensagem chegou interrompida, sei lá porque. =/

O perfil dele é esse, mas desde que me mandou a mensagem, ele não responde mais.

Existem pontos tenebrosos, como:
- Não saber que quem levaria Carolina seria um Rodrigo e não o Rob (ou confude os dois como a mesma pessoa?);
- Parecer mais uma brincadeira de Jonas (ou do Champ), que deve ter informado essa Rosca completamente errado e agora uma inocente para o preço.
- É confusa a maneira como descreve tudo. Doentio, eu diria.

Se souberem a respeito da Rosca, que sumiu logo depois dessa mensagem, qualquer ajuda é válida. Se não basta Carolina sumir, agora some a Rosca.

A única coisa certa é que algo aconteceu com a Rosca.

terça-feira, 24 de junho de 2008

... talvez tenha acontecido assim...

- Você não foi a primeira Carolina... mas, algo ocorreu naquela noite... talvez tenha sido porque você foi a número 8... talvez tenha sido a maneira como nos conhecemos... você, ao contrário das outras, sabia que estava indo encontrar um serial killer. Você, ao contrário das outras, não gritou. Você, ao contrário das outras, queria a morte. Talvez, tudo tenha acontecido assim:

Foram 321 passos até o carro. 12 minutos passando por dois bairros até chegar ao bar onde marcamos o encontro. 07 minutos de espera até ver você chegando. Cabelos loiros, falsamente cacheados. Blusa azul, calça jeans. 1,65 no máximo. Você mente! Mas não no peso. Você realmente estava um pouco acima do peso. Uma mulher normal. Provavelmente eu não a teria percebido se passasse ao seu lado na rua. Mas, se a olhasse nos olhos eu sentiria o que só fui perceber depois.

Você me esperou no bar durante 47 minutos. Eu não cheguei. Eu nunca chego aos encontros marcados. Não gosto de ficar conversando banalidades. Eu gosto de ir direto ao ponto. Você saiu do bar e foi em direção à praça. Você realmente estava procurando algo naquela noite. Você só não sabia que iria encontrar. Não sabia ainda...

Na praça, você sentou no banco e tirou um livro da bolsa. "Cidade do Sol". Você não leu o livro, ficou segurando-o como se quisesse que alguém o visse. Você ficou 17 minutos esperando. Eu pensei em ir ao seu encontro nesse momento. Já era tarde da noite e o movimento na praça era suficientemente calmo. Outra mulher chegou e foi em sua direção. Não sei dizer ao certo se você a aguardava ou não... mas você não se surpreendeu com a chegada dela.

Não consegui contar 01 minuto no relógio e vocês duas já estavam saindo. Eu as segui. Quando entraram no motel eu decidi ficar aguardando. Eu nunca tenho pressa. Foram 88 minutos até que a outra mulher saiu de lá, chorando. 08 minutos eu esperei que você saísse... Você não saiu.

Eu entrei...


- Você não foi a primeira Carolina... mas, algo ocorreu naquela noite... talvez tenha sido porque você foi a número 8... um número infinito... talvez tenha sido a maneira como nos conhecemos... você, ao contrário das outras, sabia que estava indo encontrar um serial killer. Você, ao contrário das outras, não gritou. Você, ao contrário das outras, queria a morte. Talvez, tudo tenha acontecido assim.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Capítulo III - Primeiras Investigações



_ boa noite, o senhor Maurício Vargas mora aqui? ele está?
_ sim, e o senhor, quem é?
_ detetive Cerqueira – tira o distintivo da polícia civil do bolso – posso falar com ele?
_ um momentinho.

_ Maurício, tem um policial aí fora querendo falar contigo
_ comigo? Por quê?
_ sei lá. Pelamordedeus Maurício, o que você aprontou! Só faltava essa, eu quase parindo e você metido com polícia... o homem tá lá na porta, vai ver o que ele quer.
_ fica calma amor, não deve ser nada sério
_vou pro quarto, que meus pés tão me matando.

_ pois não
_ Maurício? sou o detetive Cerqueira – mostra novamente o distintivo, Maurício abre a porta e dá passagem ao oficial – estou no meio de uma investigação, talvez o senhor possa me ajudar _ conhece Carolina Villenflusser?
_ aah, conheço sim. Por quê?
_ eram amigos?
_ pode se dizer que sim, aconteceu alguma coisa com ela?
_ é o que estou tentando descobrir. Carolina foi vista pela última vez na noite de 27 de abril, o senhor esteve com ela nesta data

_ não, não estive.
_ amigas de Carolina disseram que vocês dois tinham um relacionamento, digamos, íntimo, e conturbado nos últimos meses. O que você tem a dizer a respeito?
_ o senhor se incomoda de conversar sobre isso em outro lugar?
_ como?
_ é que a minha mulher está lá dentro, e num estado, sensível, o senhor deve ter percebido. Não queria que ela ouvisse essa conversa. Tem uma padaria na esquina, o senhor não quer tomar um cafezinho?
_ pode ser, então.

_ amor, o detetive veio aqui me fazer perguntas sobre uma moça que desapareceu, e já tá de saída, vou comprar cigarro e fumar lá fora, tá.
_ cê conhece a moça?
_ conheço, é amiga de um colega lá no trabalho, apareceu umas vezes no happy hour, mas parei de ir depois daquela nossa conversa, nunca mais vi a menina.
_ hum, era dessas biscates que sai com qualquer um, Maurício? Será que foi parar na mão de algum tarado?
_ não sei, Luiza, vi poucas vezes. Vou lá, daqui há pouco tô em casa
_ tá bom.

_ Zé, um café e um pingado por favor – Maurício acendeu um cigarro
_ então, Maurício, como era seu relacionamento com Carolina?
_ aah, eu e Carol tivemos um rolo, sabe? Tô casado há sete anos, fora cinco anos de namoro e noivado com a Luiza. De uns tempos pra cá as coisas tavam monótonas, e aí comecei a entrar nesses chats, na internet. Conversava com assanhadas que saem falando besteira pra qualquer um no bate-papo pra dar uma animada, e no NamoreJá conheci a Carol
_ há quanto tempo você freqüenta esses sites?
_ comecei há quase um ano e parei depois que comecei a ver Carol pessoalmente. Eu entrava nos chats, mas nunca tinha saído com uma mulher da internet, só falava umas sacanagens, via umas loucas se exibindo pela webcam no MSN, mas não tinha coragem de sair do virtual, até porque não ia estragar meu casamento por sexo. Mas a Carol não falava sacanagem. Ela queria alguém legal, com quem pudesse conversar e falava de várias coisas: filmes, livros, trabalho. Foi bem um mês nesse papinho, até que um dia ela quis me conhecer
_ a iniciativa foi dela?
_ mais ou menos, comentei uma vez com ela que seria legal a gente bater papo pessoalmente, e ela disse que nunca tinha encontrado alguém que conheceu pela Internet, e tal, eu disse que tudo bem, a gente podia continuar se falando pelo chat, sem problemas e não toquei mais no assunto. Logo depois ela mudou de idéia e a gente se encontrou
_ ela sabia que você é casado?
_ não, só descobriu depois, e foi quando resolveuterminar.
_ quando foi isso?
_ um mês e meio atrás. Ela me viu no shopping com a Luiza grávida e terminou tudo comigo.
_ quanto tempo vocês ficaram juntos?
_ uns oito meses

_ durante o namoro, ela nunca desconfiou do seu casamento?
_ não. Disse a ela que trabalhava no fim de semana, a gente se via sempre depois do trabalho dela, pegava um cinema, tomava um chopp. No começo só como amigos, aí a gente se gostou e as coisas esquentaram, né, aí a gente namorava no motel mesmo
_você estava apaixonado por ela?
_ não sei, tinha tanto tempo que não gostava de alguém, nem me lembro mais como é paixão. Eu tinha me apaixonado com a Luíza e tô com ela desde então.
_então foi sua primeira infidelidade
_ em doze anos com a mesma mulher.
_ e Carolina terminou ao descobrir que além de casado, você vai ser pai
_ é, ela me viu no shopping e ligou pro meu celular na hora e disse que não queria me ver nunca mais
_ e você?
_ tentei me explicar, mas ela não quis mais me ver. Não entrava mais no chat ou mudou o apelido sem eu saber, não atendia meus telefonemas. Fui no trabalho dela duas ou três vezes, mandei flores e ela me ignorou. Um dia Carol topou ir ao bar comigo, e disse que eu era um canalha mentiroso, pra sair da vida dela. Pedi perdão, pra ela dar uma chance, me esperar, pra eu resolver minha vida com a Luiza, mas ela nem quis ouvir. Saiu do bar chorando e a gente não se viu mais

_ quanto tempo tem isso?
_ umas três semanas.
_ e sua mulher não desconfia que você tivesse um caso?
_ não, não. Dizia que fazia hora extra, jogava bola, bebia com os amigos, ela só se incomodou depois que não conseguia mais ver os pés, mas ainda assim, dava pra escapar um diazinho pra ver Carol, que achava que eu trabalhava demais

_ e qual o apelido que ela usava no bate papo?
_ garota_esperta24
_ e o seu?
_ mau_sujeito.

_ o que o senhor acha que ela...
_ pelo tempo sem sinais, é possível
_ e o detetive tá pensando que eu?? Não, senhor, não faria isso com a Carol!
_ não acho nada, Maurício, quero descobrir o que aconteceu. Amigos da Carolina contaram o quanto ela ficou abalada com o fim do namoro de vocês, suas idas à empresa atrás dela, as flores, essas coisas. Precisava saber sua versão
_ contei a verdade, detetive. Sou suspeito?
_ ainda é cedo pra dizer. Talvez procure você pra esclarecer outros detalhes, prestar depoimento na delegacia. Mas, se você não fez nada, não precisa se preocupar

_ pelamordedeus, detetive, se não acabei meu casamento pra ficar com Carol, não ia fazer uma maldade com ela. Se a Luíza descobrisse e me largasse, isso resolveria meus problemas, estaria livre pra ficar com a Carol
_ entendo Maurício, mas há muito pra investigar, ainda. E uma hora a verdade vai aparecer. Agora acho melhor você voltar pra casa, que não é bom a sua esposa ficar preocupada naquele estado
_ é verdade, detetive. Posso lhe pedir um favor?
_ qual?
_ o senhor pode anotar meu celular? Se precisar falar comigo, ligue direto pra mim, assim a Luíza não se preocupa com essa história.
_ tudo bem – o detetive esticou o bloco e Maurício anotou o número – Obrigado pela cooperação. Boa noite.

Maurício voltou pra casa, Luíza dormia pesado. Tomou uma ducha, e se deitou, sem sono. Virou de um lado pro outro, sem tirar Carol da cabeça. Resolveu entrar no chat, nenhuma garota_esperta24 online.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

27 de abril - Sexta-feira

Oi genteeeeeem, desculpa a falta de atualização, mas é que as vezes dá preguiça de escrever... hsauhsuhauhuhahushau, mas hoje tenho mó coisa da hora pra conta...

Sabe qdo a gente acha que a nossa vida não tem jeito? Q tudo tá dando errado e parece que nada vai mudar isso? Pois como eu sempre digo, acho que o que nos falta, no fundo. é sorte. Tipo, ela bate na porta quando a gente menos espera. E hoje parece que ela bateu na minha porta, por isso que eu sempre ando com a minha medalhinha de São Expedito. Eu tava de bode lá no serviço e resolvi entrar uma sala de bate papo. Tipo, eu sei que é meio ultrapassado, meio fora de moda, mas sei lá, hsauhsauhsuahsua, deu vontade. As meninas começaram a me zoar, mas foi a mesma coisa de quando eu conheci o Maurício pelo NamoreJá. Tiveram que engolir a seco, pq a gente namorou sete meses e olha, eu juro, que se ele não fosse casado, a gente tava junto até hoje. Mas é que uma hora cansa de ser a outra, né gentem????

Mas voltando ao assunto lá do chat... meu, não é que eu encontrei um cara mó legal? Tipo, ele não quis me mandar a foto, mas disse que tinha 29 anos, moreno, alto, de olhos verdes, hmmmmmmmmmmm. E mó papo legal o cara. Tipo, não é daqueles que chega chegando, sabe? Ele veio na conversa, se interessou por mim, tipo nem pediu pra eu mandar foto nem nada. Tipo, mesmo que ele esteja mentindo sobre o visu, acho que só o papo do cara me ganhou. A gente ficou lá teclando a tarde inteira, nem consegui bater minha meta de hoje, hsauhsuhaushuahshau!!! Achei ele mó tímido, tipo, eu falei tudo sobre mim ele qse não falou nada. Achei um charme!!!!!!!

Meu, daí me deu uma loucura, peguei e marquei de me encontrar com ele. E tipo, HOJE uhsuahsuhaushuah!!!!!!! Daqui a pouquinho já tô saindo daqui!!!! Cara, eu não faço essas coisas, e tirando o Maurício, nunca peguei um cara da net! Ah, mas sei lá, acho que quem não arrisca não petisca! E tipo, o máximo que pode acontecer é o cara ser zoado... A Soraya ficou me enchendo o saco por causa daquela história da Carolina Villenflusser, mas meu, ninguém sabe quem matou ela. Credo, com tanto homem não vou dar azar de dar em cima justo de assassino, né, gentem??? Fora que a gente vai no barzinho lá da esquina perto da igreja, mó lugar cheio de gente, qq coisa eu vou embora!! Amanhã eu conto como que foi, se rolou alguma coisa, hmmmmmmm! Ah, esqueci de contar, o nome dele é Rodrigo. Lindo, né, A-DO-RO esse nome!!!!!!! XD


postado por aninha_butterfly às 22h40. Comenta aí vai!!!!!!!!!

Capítulo II - Notícia Urgente

(publicado originalmente no Blog do Tyler)

A polícia intensificou as buscas pela garota Carolina Villenflusser, 24 anos, que desapareceu na última sexta-feira próximo à praça da igreja, no centro da cidade. Carolina teria saído de casa e deixado um bilhete onde dizia não saber "que horas, ou se, voltava, hehehehehe". Desde então não houve mais notícias da garota. Na calçada da praça foi encontrado um exemplar do romance "Cidade do Sol" que pertencia à garota. Não foram encontradas outras pistas que possam revelar o paradeiro da garota.

Os colegas de trabalho, numa empresa de relações públicas, afirmam que a moça loira, que tinha por volta de 1.70m e foi definida pelas colegas como "um pouco rechonchuda" era bastante extrovertida e querida por todos. O único suspeito apontado até o presente momento é o ex-namorado da garota. A relação terminou há pouco mais de um mês, e desde então o rapaz perseguia Carolina. Segundo amigos do casal, o namoro acabou porque ela não aguentava mais brigar com o namorado de temperamento explosivo.

O caso de Carolina Villenflusser pode se juntar a mais oito desaparecimentos ocorridos na cidade. Todas as vítimas sumiram sem deixar nenhum tipo de pista, a polícia nada encontrou. Estuda-se a possibilidade de juntar as investigações às do assassinato ocorrido no estacionamento de um prédio. A única testemunha, o zelador, encontrou o corpo, perfurado por 42 golpes de faca. O caso abalou a cidade.

Segundo o delegado responsável pela investigação, a polícia reforçará o efetivo nas proximidades da praça onde Carolina desapareceu.

Capítulo I - Chat

(publicado originalmente no Championship Chronicles)

menina_marota: oi, quer teclar?

Rodrigo: Olá. Tudo bem?

menina_marota: tudo, e você? tecla de onde?

Rodrigo: Do centro. E você?

menina_marota: do centro também. em que lugar você está?

Rodrigo: Prefiro não falar.

menina_marota: tá. qual sua idade?

Rodrigo: 29. A sua?

menina_marota: 24. é casado?

Rodrigo: Solteiro. E você?

menina_marota: Solteira, também. estava namorando até um mês atrás, mas terminei.

Rodrigo: Sinto muito.

menina_marota: ah, a gente só brigava.

Rodrigo: Conheceu ele aqui?

menina_marota: sim. foi a única pessoa daqui com quem saí até hoje. gostava bastante dele, mas, paciência, não deu certo. e você, já saiu com alguém daqui?

Rodrigo: Algumas pessoas.

menina_marota: mesmo? e como foi?

Rodrigo: Meus encontros?

menina_marota: sim.

Rodrigo: Intensos. A maioria deles, ao menos.

menina_marota: uau! então, você deu sorte!

Rodrigo: Digamos que eu sei escolher as pessoas. Mas, por outro lado, acho que sorte conta, sim.

menina_marota: quer dizer então que você faz sucesso aqui, hein? é melhor eu tomar cuidado com você! rsrsrsrs

Rodrigo: Não há necessidade. Sou tranqüilo.

menina_marota: sei. duvido. rsrsrs

Rodrigo: O que você faz?

menina_marota: trabalho com relações públicas. e você?

Rodrigo: gosta do que faz?

menina_marota: Bastante. Mas é muito corrido. E você, o que você faz?

Rodrigo: Se eu responder, você vai achar que estou mentindo.

menina_marota: só falta você me dizer que é RP também! será que eu te conheço?

Rodrigo: Não, não sou.

menina_marota: então, me diga. o que você faz?

Rodrigo: Vamos falar de outra coisa?

menina_marota: não, não! Estou curiosa, quero saber! Fala!

Rodrigo: Sou serial killer.

menina_marota: quê?

Rodrigo: É. Serial killer. Igual aos filmes.

menina_marota: ah, pára. você está de sacanagem! rsrsrsrs

Rodrigo: Eu disse que você não iria acreditar.

menina_marota: hehehe

Rodrigo: Já matei 9 pessoas.

menina_marota: sei rsrsrsrs

Rodrigo: 8 delas aqui em casa, e a outra num estacionamento, a noite. Foi a única que matei fora de casa. Mas nunca mais fiz isso. Só fiz essa vez porque não consegui me controlar. Sou meio impulsivo. Mas estou tentando trabalhar isso.

menina_marota: hahahaha

Rodrigo: ???

menina_marota: você está me sacaneando! mas é legal isso, mostra que tem senso de humor! Gosto de gente assim!

Rodrigo: Não, não. É sério. Por exemplo, você entra sempre em chat?

menina_marota: ah, as vezes... por quê?

Rodrigo: Você nunca ouviu aquela história sobre chat ser perigoso, porque você nunca sabe se do outro lado da tela há um louco?

menina_marota: bom....já. ah, mas a menina que me falou isso não conta. é uma garota que trabalha comigo. ela veio do interior e morre de medo de tudo, acha que vai ser assaltada todo dia, só porque a cidade aqui é grande. ela não conta.

Rodrigo: Ela tem razão. Você nunca sabe se do outro lado da tela há um louco.

menina_marota: cara, tenho certeza de que você é algum amigo meu e está me sacaneando! rsrssrs

Rodrigo: Estou falando a verdade. Já matei nove pessoas. A última foi semana passada. Dia 3, acho.

menina_marota: e como você matou? rsrsrss

Rodrigo: Facada.

menina_marota: deu uma facada nela, é? rsrsrs

Rodrigo: Uma, não. 63.

menina_marota: 63 facadas!?

Rodrigo: Sim. Sempre mato com mais de 50 facadas.

menina_marota: uau! Mas porque? rsrsrsrs

Rodrigo: Gosto da simbologia de certos números. Além disso, sigo um padrão, aumentando o número de facadas a cada morte. É uma forma de deixar algumas pistas para provocar e desafiar a polícia.

menina_marota: cara, você é engraçado demais! de onde você tira tudo isso?

Rodrigo: Como assim?

menina_marota: isso! Esse lance de assassinatos! facadas! heheheeh que máximo!

Rodrigo: Eu não estou brincando.

menina_marota: Ah, pára com isso....

Rodrigo: Eu sempre fui obcecado com morte. Desde criança. Quando era menor, ficava queimando insetos, ou decapitando formigas com garfos. Com 13 anos, matei um gato. Aí, nunca mais parei. Matei todos os animais da minha rua. E eu comia a carne deles, porque não sabia o que fazer com os corpos. E, com 21 anos, matei a primeira pessoa, uma menina que morava no meu prédio.

menina_marota: e comeu ela tb? rsrsrsrs

Rodrigo: Sim.

menina_marota: tá vendo? Só tem tarado na net!

Rodrigo: Não. Eu me alimentei dela.

menina_marota: rsrsrsrsrs você é engraçado demais! cara, que imaginação!

Rodrigo: Eu não estou mentindo... Qual seu nome?

menina_marota: Carol. E o seu? Rodrigo mesmo?

Rodrigo: Não.

menina_marota: qual seu nome?

Rodrigo: Pode me chamar de Rodrigo, por enquanto. É mais seguro.

menina_marota: cara, que viagem! você é doido demais!

Rodrigo: Eu sei. Eu luto contra isso há anos.

menina_marota: não! doido no sentido de engraçado... esse papo de serial killer.... tô passando mal de rir! Você deveria escrever um livro, sua imaginação é ótima!

Rodrigo: Eu disse que você não iria acreditar. Vamos mudar de assunto?

menina_marota: ta! você tem foto?

Rodrigo: Não. Há uma foto minha na página da polícia federal. Mas não dá pra me ver direito, pois estou do outro lado da rua, e praticamente de costas. Foi tirada por um policial que estava num carro, do outro lado da rua. E você?

menina_marota: tenho, mas se você não mandar a sua, eu não mando a minha.

Rodrigo: Ok.

menina_marota: Então, nada feito! mas me fala mais de vc!

Rodrigo: Não. O que gosta de fazer?

menina_marota: ah, o básico... cinema com as amigas.... dançar... gosto de ler, mas ando tão sem tempo... qual o último livro que leu?

Rodrigo: Um compêndio de anatomia humana.

menina_marota: hum... eu gosto de paulo coelho. mas o último que li foi o caçador de pipas. e você, do que você gosta?

Rodrigo: Matar.

menina_marota: hahahaha lá vem você de novo!

Rodrigo: É não estou brincando.

menina_marota: tá! rsrsrsrs e já matou alguém aqui do chat?

Rodrigo: Sim. Quatro pessoas.

menina_marota: quatro? uauuuuuuu garanhão! eu saí só com meu namorado, e já me achei uma louca por sair com alguém que eu não conhecia!

Rodrigo: Todos temos um pouco de loucos.

menina_marota: mas rolou algo com as pessoas antes de matar? rsrsrsrs

Rodrigo: Como assim?

menina_marota: ah...você sabe...

Rodrigo: Não entendi.

menina_marota: Tipo... rolou beijo? algo mais

Rodrigo: Não. Eu não sinto vontade disso.

menina_marota: Ah tá! é homem, e não sente falta! Mente que eu gosto!

Rodrigo: Sinto prazer de outras formas.

menina_marota: rsrsrsrsrs vai, vamos falar sério! o que procura aqui?

Rodrigo: Nada específico. Ainda. E você?

menina_marota: ah... estava me sentindo sozinha...entrei pra conversar com alguém, passar o tempo. e achei você! e estou adorando conversar com você!

Rodrigo: Obrigado.

menina_marota: é verdade! Se você não fosse um assassino, eu até tomava um café com você! você parece ser um cara bacana!

Rodrigo: Por quê?

menina_marota: O quê?

Rodrigo: Por que tomaria um café comigo?

menina_marota: ah, você é divertido... e parece ser educado... sei lá, o seu jeito de teclar...os caras aqui sempre vêm perguntar como estou vestida... você é diferente.

Rodrigo: Entendo.

menina_marota: você é gentil. pena que é um assassino, né? rsrs

Rodrigo: Sim, sou.

menina_marota: hehehehe eu sei. como você é?

Rodrigo: Alto, moreno. Olhos verdes.

menina_marota: hum... e não quer saber como eu sou?

Rodrigo: Isso não faz diferença agora.

menina_marota: ah, se todo homem fosse assim.... muito mais preocupado com o conteúdo...

Rodrigo: Entendo.

menina_marota: é sério. os caras aqui só pensam em sexo. é insuportável!

Rodrigo: Eu imagino.

menina_marota: às vezes, eu só quero conversar. da vontade de sair com alguém para bater papo, tomar um chopp... claro que se rolar uma química, não vejo problema nenhum em dar uns beijos....rs.... mas gosto de conversar antes, e aqui ninguém quer saber de nada disso. É daqui direto pra cama!

Rodrigo: Deve ser difícil.

menina_marota: você nunca transou com ninguém daqui?

Rodrigo: Não. Mas, como disse, já matei quatro.

menina_marota: hahahaha adoro quando você faz isso! sua imaginação é demais!

Rodrigo: Eu estou falando a verdade. Aqui em casa um dos braços e um pedaço do tórax da última pessoa que matei no frigobar. É o que gosto de fazer. Não corro atrás de sexo.

menina_marota: pra mim, você está de sacanagem. ou está escondendo alguma outra coisa.

Rodrigo: Como assim?

menina_marota: esse lance de serial killer... ou isso é brincadeira sua ou... bom... isso é ideal pras mulheres não ficarem no seu pé. Já sei! aposto que você é casado!

Rodrigo: Não. Sou solteiro.

menina_marota: hum... sei... posso fazer uma pergunta?

Rodrigo: Sim.

menina_marota: você é gay?

Rodrigo: Não.

menina_marota: olha, eu não tenho nada contra...eu tenho amigos gays! Seja sincero!

Rodrigo: Não sou.

menina_marota: é que essa história de serial killer é muito estranha... é engraçada, mas é estranha. no mínimo você é um cara lindo, viu que estou meio carente e tem medo que eu me apaixone por você. mas eu não sou de ficar no pé, não, viu? rsrsrs

Rodrigo: Tudo bem.

menina_marota: você é bonito?

Rodrigo: Não sei.

menina_marota: me responde uma coisa...

Rodrigo: Sim?

menina_marota: se eu saísse com você, você me mataria?

Rodrigo: Provavelmente.

menina_marota: duvido. como você sabe que eu não sou policial? rsrsrsrs

Rodrigo: Eu sei.

menina_marota: e se eu saísse com você e ficássemos num local público? Num bar, num café...

Rodrigo: Eu não bebo.

menina_marota: mas você não pode me matar num local público.

Rodrigo: Sim, acredito que não.

menina_marota: eu vou ser sincera, você é interessante demais. E não é porque estou meio carente...é o seu jeito, sei lá. Você é diferente. Os caras daqui são uns imbecis, mas você não. eu estou com vontade de sair com você... estou curiosa a seu respeito... e, sinceramente, não estou acreditando nessa história de serial killer...rs

Rodrigo: Entendo.

menina_marota: o que você mais gosta numa mulher?

Rodrigo: Os rins.

menina_marota: rsrsrsrsrsr vc é o maximo!

Rodrigo: Obrigado.

menina_marota: posso fazer uma pergunta?

Rodrigo: Sim.

menina_marota: quer sair comigo? ai, eu sou louca! rsrsrsrs

Rodrigo: Agora?

menina_marota: sim. Ah, nem são 11 horas.

Rodrigo: Pode ser.

menina_marota: mas a gente vai ficar num local público. ok? assim você não me mata rsrsrsrs

Rodrigo: Ok.

menina_marota: e é só isso. um café e papo! não vai rolar nada, viu? mesmo porque eu tenho que acordar cedo amanhã.

Rodrigo: Ok.

menina_marota: sério, não vai rolar nada. sabe, eu ainda estou muito machucada com meu último namoro.

Rodrigo: Ok.

menina_marota: a não ser que você seja lindo demais...rs

Rodrigo: Eu não sou.

menina_marota: sei. quero ver isso pessoalmente. você conhece aquele barzinho ali na frente da praça da igreja?

Rodrigo: Aquele que fica numa esquina?

menina_marota: sim!

Rodrigo: Conheço.

menina_marota: em quanto tempo você chega lá?

Rodrigo: 20 minutos.

menina_marota: vamos, então?

Rodrigo: É o que você quer?

menina_marota: sim. mas sem safadeza, nem nada...é só papo!

Rodrigo: Ok. Vamos.

menina_marota: eu nem sei seu nome...devo estar louca... você lembra meu nome?

Rodrigo: Carolina.

menina_marota: não vale! você foi olhar lá em cima! rsrsrsrs

Rodrigo: Carolina. Relações públicas. 24 anos.

menina_marota: uau!

Rodrigo: Minha memória é boa.

menina_marota: olha, rodrigo... a gente brincou aqui com esse lance de assassino...e eu sei que é sacanagem sua... e eu gosto de gente com senso de humor. você me parece ser um cara bem legal e interessante...mas deixa eu falar uma coisa, antes. sei que estou batendo na mesma tecla, mas não vai rolar nada mesmo, viu? eu não transo por transar. fiz isso uma vez só, e me senti péssima no dia seguinte. ta?

Rodrigo: Ok.

menina_marota: mesmo?

Rodrigo: Sim.

menina_marota: então ta! a gente se encontra lá?

Rodrigo: Sim.

menina_marota: e lá você vai me contar porque inventou essa história de serial killer ok? tô curiosa! rsrsrsrs

Rodrigo: Ok. Eu conto.

menina_marota: eu vou usar uma blusa azul e calça jeans. Meu cabelo é loiro, meio cacheado, e eu tenho 1.70.

Rodrigo: Ok.

menina_marota: olha... eu estou com uns kilinhos a mais... rs... você não se importa, né?

Rodrigo: Não.

menina_marota: e você? como você vai estar vestido?

Rodrigo: Não se preocupe com isso. Eu encontro você.

menina_marota: nossa! Isso é que é segurança!

Rodrigo: Até já.

menina_marota: beijos! te espero lá! chego em uns 15! tenta não atrasar, hein?

Rodrigo: Ok.

menina_marota: beijos!

Nunca mais foi vista.

Introdução - O Começo do Fim

A história de Carolina Villenflusser nasceu como uma crônica sem maiores pretensões no blog Championship Chronicles, quando, numa sala de chat, ela conhece Rodrigo, que alega, com a mesma naturalidade de alguém que pede ao garçom para fechar a conta, ser um serial killer. Carolina, duvidando do que o rapaz dizia, marcou um encontro com ele.

Nunca mais foi vista.

Quer dizer, até o Tyler decidir continuar a história, usando outro estilo e outro ponto de vista, relatando uma notícia de jornal que abordava o desaparecimento da garota.

Nascia aí o projeto “O Triste Fim de Carolina Villenflusser”, onde cada blogueiro convidado a participar (sempre pelo último a postar) será adicionado como autor do blog e escreverá sua continuação para a história, da forma que quiser, no estilo que desejar, no formato que escolher.

A regra é apenas uma: o blogueiro precisa se divertir tanto quanto o leitor.

Ah, sim... Citar a Carolina no texto é razoavelmente importante.