quinta-feira, 26 de junho de 2008

Entrando (em contato) com a Rosca...

Nota: Esse é uma mensagem que recebi de Rosca, via Orkut.

Interessados em saber como chegou até mim, cliquem aqui: Estranha mensagem da Rosca.


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Existem duas coisas que gosto mais do que de pinga, e uma é Carolina e a outra é Profiterólis. Trabalho há anos em uma padaria mixuruca num lugar aí. Sempre fui o padeiro responsável pelo processo de preparo dessa que para mim é uma iguaria sem igual. Fazia com tamanho afinco que todo dia dava uma desculpa a meu patrão que tinha errado na mão para poder pagar o prejuízo e levar minhas Carolinas pra casa.

Tudo ia bem, até que um dia eu passei mal durante o final da produção. Foi quando soube que não poderia mais comer Carolinas, tinha ficado com diabetes. Então, meu chefe, um português burro, fez o favor de vender os MEUS DOCES a um baixote cheio de marra que passou por lá. Foi aí que começou meu problema!

Eu não podia comer meus doces, mas em nenhum momento deixei alguém comer.

Queria parar de fazer Carolinas, por sinal, se eu não podia comê-las, porque uma pessoa com metade da minha altura comeria? Tudo naquele baixote me irritava, principalmente um fato: o cavanhaque. Além de comer minhas Carolinas, tinha um cavanhaque como nunca terei! Eu tenho a cara mais lisa que bundinha de bebê, e sempre quis me lambuzar com o chocolate de minhas Carolinas, mas nunca pude.

Querer e poder são coisas distintas, e meu chefe mandou-me continuar produzindo os doces. Fiz. Mas continuei meu hábito tradicional. Esse homem tentou diversas vezes das mais variadas formas comprar mais de meu doce, mas me desdobrei em vários, dei dinheiro aos meus ex-companheiros de trabalho, para evitar que surrupiasse o que era meu por direito!

"Para que tanto doce, tu não podes comer, gajo!", perguntava meu patrão, mas eu não me importava. Tenho um quarto com quinhentos quilos de Carolinas estocadas pro caso de falta de Carolinas no mundo. Se estão vencidas ou não, é apenas um detalhe.

Eu já tratava pessoalmente do caso: sempre lhe negava as Carolinas. Até que um dia desses ele conseguiu comprar as Carolinas, meu patrão descobriu meu engodo e fui demitido por causa desse post no blog desse baixote: Carolina - Parte I. E ver no final de tudo, como conseguiu ludibriar meus comandados apenas deu mais raiva.

Não apenas perdi o emprego, como meu doce. E ainda tive que vê-lo sorrir indo embora com exatas 550 gramas de meu precioso.

Voltei para casa e me preparei para a vingança. Graças a internet sabia o nome de meu inimigo: Rob Gordon.

Passei a visitar seu blog dia a dia, sempre esperando que cometesse um erro. Sempre. E quando vi que um tal de Champ havia se desentendido com Rob em um momento de distúrbio, eu dei o bote. Com Champ de ego ferido foi fácil convencê-lo a me passar a senha do computador que Jonas usa quando o Rob Gordon não está em casa. De posse da senha consegui invadir o computador com a ajuda de uma criança de dez anos (eu não consigo) e vi quando ela apareceu.

Não satisfeito degustar minhas carolinas ainda queria outra? Era demais! No dia e na hora marcada fui ao encontro dessa mulh (fim da mensagem)

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Infelizmente a mensagem chegou interrompida, sei lá porque. =/

O perfil dele é esse, mas desde que me mandou a mensagem, ele não responde mais.

Existem pontos tenebrosos, como:
- Não saber que quem levaria Carolina seria um Rodrigo e não o Rob (ou confude os dois como a mesma pessoa?);
- Parecer mais uma brincadeira de Jonas (ou do Champ), que deve ter informado essa Rosca completamente errado e agora uma inocente para o preço.
- É confusa a maneira como descreve tudo. Doentio, eu diria.

Se souberem a respeito da Rosca, que sumiu logo depois dessa mensagem, qualquer ajuda é válida. Se não basta Carolina sumir, agora some a Rosca.

A única coisa certa é que algo aconteceu com a Rosca.

terça-feira, 24 de junho de 2008

... talvez tenha acontecido assim...

- Você não foi a primeira Carolina... mas, algo ocorreu naquela noite... talvez tenha sido porque você foi a número 8... talvez tenha sido a maneira como nos conhecemos... você, ao contrário das outras, sabia que estava indo encontrar um serial killer. Você, ao contrário das outras, não gritou. Você, ao contrário das outras, queria a morte. Talvez, tudo tenha acontecido assim:

Foram 321 passos até o carro. 12 minutos passando por dois bairros até chegar ao bar onde marcamos o encontro. 07 minutos de espera até ver você chegando. Cabelos loiros, falsamente cacheados. Blusa azul, calça jeans. 1,65 no máximo. Você mente! Mas não no peso. Você realmente estava um pouco acima do peso. Uma mulher normal. Provavelmente eu não a teria percebido se passasse ao seu lado na rua. Mas, se a olhasse nos olhos eu sentiria o que só fui perceber depois.

Você me esperou no bar durante 47 minutos. Eu não cheguei. Eu nunca chego aos encontros marcados. Não gosto de ficar conversando banalidades. Eu gosto de ir direto ao ponto. Você saiu do bar e foi em direção à praça. Você realmente estava procurando algo naquela noite. Você só não sabia que iria encontrar. Não sabia ainda...

Na praça, você sentou no banco e tirou um livro da bolsa. "Cidade do Sol". Você não leu o livro, ficou segurando-o como se quisesse que alguém o visse. Você ficou 17 minutos esperando. Eu pensei em ir ao seu encontro nesse momento. Já era tarde da noite e o movimento na praça era suficientemente calmo. Outra mulher chegou e foi em sua direção. Não sei dizer ao certo se você a aguardava ou não... mas você não se surpreendeu com a chegada dela.

Não consegui contar 01 minuto no relógio e vocês duas já estavam saindo. Eu as segui. Quando entraram no motel eu decidi ficar aguardando. Eu nunca tenho pressa. Foram 88 minutos até que a outra mulher saiu de lá, chorando. 08 minutos eu esperei que você saísse... Você não saiu.

Eu entrei...


- Você não foi a primeira Carolina... mas, algo ocorreu naquela noite... talvez tenha sido porque você foi a número 8... um número infinito... talvez tenha sido a maneira como nos conhecemos... você, ao contrário das outras, sabia que estava indo encontrar um serial killer. Você, ao contrário das outras, não gritou. Você, ao contrário das outras, queria a morte. Talvez, tudo tenha acontecido assim.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Capítulo III - Primeiras Investigações



_ boa noite, o senhor Maurício Vargas mora aqui? ele está?
_ sim, e o senhor, quem é?
_ detetive Cerqueira – tira o distintivo da polícia civil do bolso – posso falar com ele?
_ um momentinho.

_ Maurício, tem um policial aí fora querendo falar contigo
_ comigo? Por quê?
_ sei lá. Pelamordedeus Maurício, o que você aprontou! Só faltava essa, eu quase parindo e você metido com polícia... o homem tá lá na porta, vai ver o que ele quer.
_ fica calma amor, não deve ser nada sério
_vou pro quarto, que meus pés tão me matando.

_ pois não
_ Maurício? sou o detetive Cerqueira – mostra novamente o distintivo, Maurício abre a porta e dá passagem ao oficial – estou no meio de uma investigação, talvez o senhor possa me ajudar _ conhece Carolina Villenflusser?
_ aah, conheço sim. Por quê?
_ eram amigos?
_ pode se dizer que sim, aconteceu alguma coisa com ela?
_ é o que estou tentando descobrir. Carolina foi vista pela última vez na noite de 27 de abril, o senhor esteve com ela nesta data

_ não, não estive.
_ amigas de Carolina disseram que vocês dois tinham um relacionamento, digamos, íntimo, e conturbado nos últimos meses. O que você tem a dizer a respeito?
_ o senhor se incomoda de conversar sobre isso em outro lugar?
_ como?
_ é que a minha mulher está lá dentro, e num estado, sensível, o senhor deve ter percebido. Não queria que ela ouvisse essa conversa. Tem uma padaria na esquina, o senhor não quer tomar um cafezinho?
_ pode ser, então.

_ amor, o detetive veio aqui me fazer perguntas sobre uma moça que desapareceu, e já tá de saída, vou comprar cigarro e fumar lá fora, tá.
_ cê conhece a moça?
_ conheço, é amiga de um colega lá no trabalho, apareceu umas vezes no happy hour, mas parei de ir depois daquela nossa conversa, nunca mais vi a menina.
_ hum, era dessas biscates que sai com qualquer um, Maurício? Será que foi parar na mão de algum tarado?
_ não sei, Luiza, vi poucas vezes. Vou lá, daqui há pouco tô em casa
_ tá bom.

_ Zé, um café e um pingado por favor – Maurício acendeu um cigarro
_ então, Maurício, como era seu relacionamento com Carolina?
_ aah, eu e Carol tivemos um rolo, sabe? Tô casado há sete anos, fora cinco anos de namoro e noivado com a Luiza. De uns tempos pra cá as coisas tavam monótonas, e aí comecei a entrar nesses chats, na internet. Conversava com assanhadas que saem falando besteira pra qualquer um no bate-papo pra dar uma animada, e no NamoreJá conheci a Carol
_ há quanto tempo você freqüenta esses sites?
_ comecei há quase um ano e parei depois que comecei a ver Carol pessoalmente. Eu entrava nos chats, mas nunca tinha saído com uma mulher da internet, só falava umas sacanagens, via umas loucas se exibindo pela webcam no MSN, mas não tinha coragem de sair do virtual, até porque não ia estragar meu casamento por sexo. Mas a Carol não falava sacanagem. Ela queria alguém legal, com quem pudesse conversar e falava de várias coisas: filmes, livros, trabalho. Foi bem um mês nesse papinho, até que um dia ela quis me conhecer
_ a iniciativa foi dela?
_ mais ou menos, comentei uma vez com ela que seria legal a gente bater papo pessoalmente, e ela disse que nunca tinha encontrado alguém que conheceu pela Internet, e tal, eu disse que tudo bem, a gente podia continuar se falando pelo chat, sem problemas e não toquei mais no assunto. Logo depois ela mudou de idéia e a gente se encontrou
_ ela sabia que você é casado?
_ não, só descobriu depois, e foi quando resolveuterminar.
_ quando foi isso?
_ um mês e meio atrás. Ela me viu no shopping com a Luiza grávida e terminou tudo comigo.
_ quanto tempo vocês ficaram juntos?
_ uns oito meses

_ durante o namoro, ela nunca desconfiou do seu casamento?
_ não. Disse a ela que trabalhava no fim de semana, a gente se via sempre depois do trabalho dela, pegava um cinema, tomava um chopp. No começo só como amigos, aí a gente se gostou e as coisas esquentaram, né, aí a gente namorava no motel mesmo
_você estava apaixonado por ela?
_ não sei, tinha tanto tempo que não gostava de alguém, nem me lembro mais como é paixão. Eu tinha me apaixonado com a Luíza e tô com ela desde então.
_então foi sua primeira infidelidade
_ em doze anos com a mesma mulher.
_ e Carolina terminou ao descobrir que além de casado, você vai ser pai
_ é, ela me viu no shopping e ligou pro meu celular na hora e disse que não queria me ver nunca mais
_ e você?
_ tentei me explicar, mas ela não quis mais me ver. Não entrava mais no chat ou mudou o apelido sem eu saber, não atendia meus telefonemas. Fui no trabalho dela duas ou três vezes, mandei flores e ela me ignorou. Um dia Carol topou ir ao bar comigo, e disse que eu era um canalha mentiroso, pra sair da vida dela. Pedi perdão, pra ela dar uma chance, me esperar, pra eu resolver minha vida com a Luiza, mas ela nem quis ouvir. Saiu do bar chorando e a gente não se viu mais

_ quanto tempo tem isso?
_ umas três semanas.
_ e sua mulher não desconfia que você tivesse um caso?
_ não, não. Dizia que fazia hora extra, jogava bola, bebia com os amigos, ela só se incomodou depois que não conseguia mais ver os pés, mas ainda assim, dava pra escapar um diazinho pra ver Carol, que achava que eu trabalhava demais

_ e qual o apelido que ela usava no bate papo?
_ garota_esperta24
_ e o seu?
_ mau_sujeito.

_ o que o senhor acha que ela...
_ pelo tempo sem sinais, é possível
_ e o detetive tá pensando que eu?? Não, senhor, não faria isso com a Carol!
_ não acho nada, Maurício, quero descobrir o que aconteceu. Amigos da Carolina contaram o quanto ela ficou abalada com o fim do namoro de vocês, suas idas à empresa atrás dela, as flores, essas coisas. Precisava saber sua versão
_ contei a verdade, detetive. Sou suspeito?
_ ainda é cedo pra dizer. Talvez procure você pra esclarecer outros detalhes, prestar depoimento na delegacia. Mas, se você não fez nada, não precisa se preocupar

_ pelamordedeus, detetive, se não acabei meu casamento pra ficar com Carol, não ia fazer uma maldade com ela. Se a Luíza descobrisse e me largasse, isso resolveria meus problemas, estaria livre pra ficar com a Carol
_ entendo Maurício, mas há muito pra investigar, ainda. E uma hora a verdade vai aparecer. Agora acho melhor você voltar pra casa, que não é bom a sua esposa ficar preocupada naquele estado
_ é verdade, detetive. Posso lhe pedir um favor?
_ qual?
_ o senhor pode anotar meu celular? Se precisar falar comigo, ligue direto pra mim, assim a Luíza não se preocupa com essa história.
_ tudo bem – o detetive esticou o bloco e Maurício anotou o número – Obrigado pela cooperação. Boa noite.

Maurício voltou pra casa, Luíza dormia pesado. Tomou uma ducha, e se deitou, sem sono. Virou de um lado pro outro, sem tirar Carol da cabeça. Resolveu entrar no chat, nenhuma garota_esperta24 online.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

27 de abril - Sexta-feira

Oi genteeeeeem, desculpa a falta de atualização, mas é que as vezes dá preguiça de escrever... hsauhsuhauhuhahushau, mas hoje tenho mó coisa da hora pra conta...

Sabe qdo a gente acha que a nossa vida não tem jeito? Q tudo tá dando errado e parece que nada vai mudar isso? Pois como eu sempre digo, acho que o que nos falta, no fundo. é sorte. Tipo, ela bate na porta quando a gente menos espera. E hoje parece que ela bateu na minha porta, por isso que eu sempre ando com a minha medalhinha de São Expedito. Eu tava de bode lá no serviço e resolvi entrar uma sala de bate papo. Tipo, eu sei que é meio ultrapassado, meio fora de moda, mas sei lá, hsauhsauhsuahsua, deu vontade. As meninas começaram a me zoar, mas foi a mesma coisa de quando eu conheci o Maurício pelo NamoreJá. Tiveram que engolir a seco, pq a gente namorou sete meses e olha, eu juro, que se ele não fosse casado, a gente tava junto até hoje. Mas é que uma hora cansa de ser a outra, né gentem????

Mas voltando ao assunto lá do chat... meu, não é que eu encontrei um cara mó legal? Tipo, ele não quis me mandar a foto, mas disse que tinha 29 anos, moreno, alto, de olhos verdes, hmmmmmmmmmmm. E mó papo legal o cara. Tipo, não é daqueles que chega chegando, sabe? Ele veio na conversa, se interessou por mim, tipo nem pediu pra eu mandar foto nem nada. Tipo, mesmo que ele esteja mentindo sobre o visu, acho que só o papo do cara me ganhou. A gente ficou lá teclando a tarde inteira, nem consegui bater minha meta de hoje, hsauhsuhaushuahshau!!! Achei ele mó tímido, tipo, eu falei tudo sobre mim ele qse não falou nada. Achei um charme!!!!!!!

Meu, daí me deu uma loucura, peguei e marquei de me encontrar com ele. E tipo, HOJE uhsuahsuhaushuah!!!!!!! Daqui a pouquinho já tô saindo daqui!!!! Cara, eu não faço essas coisas, e tirando o Maurício, nunca peguei um cara da net! Ah, mas sei lá, acho que quem não arrisca não petisca! E tipo, o máximo que pode acontecer é o cara ser zoado... A Soraya ficou me enchendo o saco por causa daquela história da Carolina Villenflusser, mas meu, ninguém sabe quem matou ela. Credo, com tanto homem não vou dar azar de dar em cima justo de assassino, né, gentem??? Fora que a gente vai no barzinho lá da esquina perto da igreja, mó lugar cheio de gente, qq coisa eu vou embora!! Amanhã eu conto como que foi, se rolou alguma coisa, hmmmmmmm! Ah, esqueci de contar, o nome dele é Rodrigo. Lindo, né, A-DO-RO esse nome!!!!!!! XD


postado por aninha_butterfly às 22h40. Comenta aí vai!!!!!!!!!

Capítulo II - Notícia Urgente

(publicado originalmente no Blog do Tyler)

A polícia intensificou as buscas pela garota Carolina Villenflusser, 24 anos, que desapareceu na última sexta-feira próximo à praça da igreja, no centro da cidade. Carolina teria saído de casa e deixado um bilhete onde dizia não saber "que horas, ou se, voltava, hehehehehe". Desde então não houve mais notícias da garota. Na calçada da praça foi encontrado um exemplar do romance "Cidade do Sol" que pertencia à garota. Não foram encontradas outras pistas que possam revelar o paradeiro da garota.

Os colegas de trabalho, numa empresa de relações públicas, afirmam que a moça loira, que tinha por volta de 1.70m e foi definida pelas colegas como "um pouco rechonchuda" era bastante extrovertida e querida por todos. O único suspeito apontado até o presente momento é o ex-namorado da garota. A relação terminou há pouco mais de um mês, e desde então o rapaz perseguia Carolina. Segundo amigos do casal, o namoro acabou porque ela não aguentava mais brigar com o namorado de temperamento explosivo.

O caso de Carolina Villenflusser pode se juntar a mais oito desaparecimentos ocorridos na cidade. Todas as vítimas sumiram sem deixar nenhum tipo de pista, a polícia nada encontrou. Estuda-se a possibilidade de juntar as investigações às do assassinato ocorrido no estacionamento de um prédio. A única testemunha, o zelador, encontrou o corpo, perfurado por 42 golpes de faca. O caso abalou a cidade.

Segundo o delegado responsável pela investigação, a polícia reforçará o efetivo nas proximidades da praça onde Carolina desapareceu.

Capítulo I - Chat

(publicado originalmente no Championship Chronicles)

menina_marota: oi, quer teclar?

Rodrigo: Olá. Tudo bem?

menina_marota: tudo, e você? tecla de onde?

Rodrigo: Do centro. E você?

menina_marota: do centro também. em que lugar você está?

Rodrigo: Prefiro não falar.

menina_marota: tá. qual sua idade?

Rodrigo: 29. A sua?

menina_marota: 24. é casado?

Rodrigo: Solteiro. E você?

menina_marota: Solteira, também. estava namorando até um mês atrás, mas terminei.

Rodrigo: Sinto muito.

menina_marota: ah, a gente só brigava.

Rodrigo: Conheceu ele aqui?

menina_marota: sim. foi a única pessoa daqui com quem saí até hoje. gostava bastante dele, mas, paciência, não deu certo. e você, já saiu com alguém daqui?

Rodrigo: Algumas pessoas.

menina_marota: mesmo? e como foi?

Rodrigo: Meus encontros?

menina_marota: sim.

Rodrigo: Intensos. A maioria deles, ao menos.

menina_marota: uau! então, você deu sorte!

Rodrigo: Digamos que eu sei escolher as pessoas. Mas, por outro lado, acho que sorte conta, sim.

menina_marota: quer dizer então que você faz sucesso aqui, hein? é melhor eu tomar cuidado com você! rsrsrsrs

Rodrigo: Não há necessidade. Sou tranqüilo.

menina_marota: sei. duvido. rsrsrs

Rodrigo: O que você faz?

menina_marota: trabalho com relações públicas. e você?

Rodrigo: gosta do que faz?

menina_marota: Bastante. Mas é muito corrido. E você, o que você faz?

Rodrigo: Se eu responder, você vai achar que estou mentindo.

menina_marota: só falta você me dizer que é RP também! será que eu te conheço?

Rodrigo: Não, não sou.

menina_marota: então, me diga. o que você faz?

Rodrigo: Vamos falar de outra coisa?

menina_marota: não, não! Estou curiosa, quero saber! Fala!

Rodrigo: Sou serial killer.

menina_marota: quê?

Rodrigo: É. Serial killer. Igual aos filmes.

menina_marota: ah, pára. você está de sacanagem! rsrsrsrs

Rodrigo: Eu disse que você não iria acreditar.

menina_marota: hehehe

Rodrigo: Já matei 9 pessoas.

menina_marota: sei rsrsrsrs

Rodrigo: 8 delas aqui em casa, e a outra num estacionamento, a noite. Foi a única que matei fora de casa. Mas nunca mais fiz isso. Só fiz essa vez porque não consegui me controlar. Sou meio impulsivo. Mas estou tentando trabalhar isso.

menina_marota: hahahaha

Rodrigo: ???

menina_marota: você está me sacaneando! mas é legal isso, mostra que tem senso de humor! Gosto de gente assim!

Rodrigo: Não, não. É sério. Por exemplo, você entra sempre em chat?

menina_marota: ah, as vezes... por quê?

Rodrigo: Você nunca ouviu aquela história sobre chat ser perigoso, porque você nunca sabe se do outro lado da tela há um louco?

menina_marota: bom....já. ah, mas a menina que me falou isso não conta. é uma garota que trabalha comigo. ela veio do interior e morre de medo de tudo, acha que vai ser assaltada todo dia, só porque a cidade aqui é grande. ela não conta.

Rodrigo: Ela tem razão. Você nunca sabe se do outro lado da tela há um louco.

menina_marota: cara, tenho certeza de que você é algum amigo meu e está me sacaneando! rsrssrs

Rodrigo: Estou falando a verdade. Já matei nove pessoas. A última foi semana passada. Dia 3, acho.

menina_marota: e como você matou? rsrsrss

Rodrigo: Facada.

menina_marota: deu uma facada nela, é? rsrsrs

Rodrigo: Uma, não. 63.

menina_marota: 63 facadas!?

Rodrigo: Sim. Sempre mato com mais de 50 facadas.

menina_marota: uau! Mas porque? rsrsrsrs

Rodrigo: Gosto da simbologia de certos números. Além disso, sigo um padrão, aumentando o número de facadas a cada morte. É uma forma de deixar algumas pistas para provocar e desafiar a polícia.

menina_marota: cara, você é engraçado demais! de onde você tira tudo isso?

Rodrigo: Como assim?

menina_marota: isso! Esse lance de assassinatos! facadas! heheheeh que máximo!

Rodrigo: Eu não estou brincando.

menina_marota: Ah, pára com isso....

Rodrigo: Eu sempre fui obcecado com morte. Desde criança. Quando era menor, ficava queimando insetos, ou decapitando formigas com garfos. Com 13 anos, matei um gato. Aí, nunca mais parei. Matei todos os animais da minha rua. E eu comia a carne deles, porque não sabia o que fazer com os corpos. E, com 21 anos, matei a primeira pessoa, uma menina que morava no meu prédio.

menina_marota: e comeu ela tb? rsrsrsrs

Rodrigo: Sim.

menina_marota: tá vendo? Só tem tarado na net!

Rodrigo: Não. Eu me alimentei dela.

menina_marota: rsrsrsrsrs você é engraçado demais! cara, que imaginação!

Rodrigo: Eu não estou mentindo... Qual seu nome?

menina_marota: Carol. E o seu? Rodrigo mesmo?

Rodrigo: Não.

menina_marota: qual seu nome?

Rodrigo: Pode me chamar de Rodrigo, por enquanto. É mais seguro.

menina_marota: cara, que viagem! você é doido demais!

Rodrigo: Eu sei. Eu luto contra isso há anos.

menina_marota: não! doido no sentido de engraçado... esse papo de serial killer.... tô passando mal de rir! Você deveria escrever um livro, sua imaginação é ótima!

Rodrigo: Eu disse que você não iria acreditar. Vamos mudar de assunto?

menina_marota: ta! você tem foto?

Rodrigo: Não. Há uma foto minha na página da polícia federal. Mas não dá pra me ver direito, pois estou do outro lado da rua, e praticamente de costas. Foi tirada por um policial que estava num carro, do outro lado da rua. E você?

menina_marota: tenho, mas se você não mandar a sua, eu não mando a minha.

Rodrigo: Ok.

menina_marota: Então, nada feito! mas me fala mais de vc!

Rodrigo: Não. O que gosta de fazer?

menina_marota: ah, o básico... cinema com as amigas.... dançar... gosto de ler, mas ando tão sem tempo... qual o último livro que leu?

Rodrigo: Um compêndio de anatomia humana.

menina_marota: hum... eu gosto de paulo coelho. mas o último que li foi o caçador de pipas. e você, do que você gosta?

Rodrigo: Matar.

menina_marota: hahahaha lá vem você de novo!

Rodrigo: É não estou brincando.

menina_marota: tá! rsrsrsrs e já matou alguém aqui do chat?

Rodrigo: Sim. Quatro pessoas.

menina_marota: quatro? uauuuuuuu garanhão! eu saí só com meu namorado, e já me achei uma louca por sair com alguém que eu não conhecia!

Rodrigo: Todos temos um pouco de loucos.

menina_marota: mas rolou algo com as pessoas antes de matar? rsrsrsrs

Rodrigo: Como assim?

menina_marota: ah...você sabe...

Rodrigo: Não entendi.

menina_marota: Tipo... rolou beijo? algo mais

Rodrigo: Não. Eu não sinto vontade disso.

menina_marota: Ah tá! é homem, e não sente falta! Mente que eu gosto!

Rodrigo: Sinto prazer de outras formas.

menina_marota: rsrsrsrsrs vai, vamos falar sério! o que procura aqui?

Rodrigo: Nada específico. Ainda. E você?

menina_marota: ah... estava me sentindo sozinha...entrei pra conversar com alguém, passar o tempo. e achei você! e estou adorando conversar com você!

Rodrigo: Obrigado.

menina_marota: é verdade! Se você não fosse um assassino, eu até tomava um café com você! você parece ser um cara bacana!

Rodrigo: Por quê?

menina_marota: O quê?

Rodrigo: Por que tomaria um café comigo?

menina_marota: ah, você é divertido... e parece ser educado... sei lá, o seu jeito de teclar...os caras aqui sempre vêm perguntar como estou vestida... você é diferente.

Rodrigo: Entendo.

menina_marota: você é gentil. pena que é um assassino, né? rsrs

Rodrigo: Sim, sou.

menina_marota: hehehehe eu sei. como você é?

Rodrigo: Alto, moreno. Olhos verdes.

menina_marota: hum... e não quer saber como eu sou?

Rodrigo: Isso não faz diferença agora.

menina_marota: ah, se todo homem fosse assim.... muito mais preocupado com o conteúdo...

Rodrigo: Entendo.

menina_marota: é sério. os caras aqui só pensam em sexo. é insuportável!

Rodrigo: Eu imagino.

menina_marota: às vezes, eu só quero conversar. da vontade de sair com alguém para bater papo, tomar um chopp... claro que se rolar uma química, não vejo problema nenhum em dar uns beijos....rs.... mas gosto de conversar antes, e aqui ninguém quer saber de nada disso. É daqui direto pra cama!

Rodrigo: Deve ser difícil.

menina_marota: você nunca transou com ninguém daqui?

Rodrigo: Não. Mas, como disse, já matei quatro.

menina_marota: hahahaha adoro quando você faz isso! sua imaginação é demais!

Rodrigo: Eu estou falando a verdade. Aqui em casa um dos braços e um pedaço do tórax da última pessoa que matei no frigobar. É o que gosto de fazer. Não corro atrás de sexo.

menina_marota: pra mim, você está de sacanagem. ou está escondendo alguma outra coisa.

Rodrigo: Como assim?

menina_marota: esse lance de serial killer... ou isso é brincadeira sua ou... bom... isso é ideal pras mulheres não ficarem no seu pé. Já sei! aposto que você é casado!

Rodrigo: Não. Sou solteiro.

menina_marota: hum... sei... posso fazer uma pergunta?

Rodrigo: Sim.

menina_marota: você é gay?

Rodrigo: Não.

menina_marota: olha, eu não tenho nada contra...eu tenho amigos gays! Seja sincero!

Rodrigo: Não sou.

menina_marota: é que essa história de serial killer é muito estranha... é engraçada, mas é estranha. no mínimo você é um cara lindo, viu que estou meio carente e tem medo que eu me apaixone por você. mas eu não sou de ficar no pé, não, viu? rsrsrs

Rodrigo: Tudo bem.

menina_marota: você é bonito?

Rodrigo: Não sei.

menina_marota: me responde uma coisa...

Rodrigo: Sim?

menina_marota: se eu saísse com você, você me mataria?

Rodrigo: Provavelmente.

menina_marota: duvido. como você sabe que eu não sou policial? rsrsrsrs

Rodrigo: Eu sei.

menina_marota: e se eu saísse com você e ficássemos num local público? Num bar, num café...

Rodrigo: Eu não bebo.

menina_marota: mas você não pode me matar num local público.

Rodrigo: Sim, acredito que não.

menina_marota: eu vou ser sincera, você é interessante demais. E não é porque estou meio carente...é o seu jeito, sei lá. Você é diferente. Os caras daqui são uns imbecis, mas você não. eu estou com vontade de sair com você... estou curiosa a seu respeito... e, sinceramente, não estou acreditando nessa história de serial killer...rs

Rodrigo: Entendo.

menina_marota: o que você mais gosta numa mulher?

Rodrigo: Os rins.

menina_marota: rsrsrsrsrsr vc é o maximo!

Rodrigo: Obrigado.

menina_marota: posso fazer uma pergunta?

Rodrigo: Sim.

menina_marota: quer sair comigo? ai, eu sou louca! rsrsrsrs

Rodrigo: Agora?

menina_marota: sim. Ah, nem são 11 horas.

Rodrigo: Pode ser.

menina_marota: mas a gente vai ficar num local público. ok? assim você não me mata rsrsrsrs

Rodrigo: Ok.

menina_marota: e é só isso. um café e papo! não vai rolar nada, viu? mesmo porque eu tenho que acordar cedo amanhã.

Rodrigo: Ok.

menina_marota: sério, não vai rolar nada. sabe, eu ainda estou muito machucada com meu último namoro.

Rodrigo: Ok.

menina_marota: a não ser que você seja lindo demais...rs

Rodrigo: Eu não sou.

menina_marota: sei. quero ver isso pessoalmente. você conhece aquele barzinho ali na frente da praça da igreja?

Rodrigo: Aquele que fica numa esquina?

menina_marota: sim!

Rodrigo: Conheço.

menina_marota: em quanto tempo você chega lá?

Rodrigo: 20 minutos.

menina_marota: vamos, então?

Rodrigo: É o que você quer?

menina_marota: sim. mas sem safadeza, nem nada...é só papo!

Rodrigo: Ok. Vamos.

menina_marota: eu nem sei seu nome...devo estar louca... você lembra meu nome?

Rodrigo: Carolina.

menina_marota: não vale! você foi olhar lá em cima! rsrsrsrs

Rodrigo: Carolina. Relações públicas. 24 anos.

menina_marota: uau!

Rodrigo: Minha memória é boa.

menina_marota: olha, rodrigo... a gente brincou aqui com esse lance de assassino...e eu sei que é sacanagem sua... e eu gosto de gente com senso de humor. você me parece ser um cara bem legal e interessante...mas deixa eu falar uma coisa, antes. sei que estou batendo na mesma tecla, mas não vai rolar nada mesmo, viu? eu não transo por transar. fiz isso uma vez só, e me senti péssima no dia seguinte. ta?

Rodrigo: Ok.

menina_marota: mesmo?

Rodrigo: Sim.

menina_marota: então ta! a gente se encontra lá?

Rodrigo: Sim.

menina_marota: e lá você vai me contar porque inventou essa história de serial killer ok? tô curiosa! rsrsrsrs

Rodrigo: Ok. Eu conto.

menina_marota: eu vou usar uma blusa azul e calça jeans. Meu cabelo é loiro, meio cacheado, e eu tenho 1.70.

Rodrigo: Ok.

menina_marota: olha... eu estou com uns kilinhos a mais... rs... você não se importa, né?

Rodrigo: Não.

menina_marota: e você? como você vai estar vestido?

Rodrigo: Não se preocupe com isso. Eu encontro você.

menina_marota: nossa! Isso é que é segurança!

Rodrigo: Até já.

menina_marota: beijos! te espero lá! chego em uns 15! tenta não atrasar, hein?

Rodrigo: Ok.

menina_marota: beijos!

Nunca mais foi vista.

Introdução - O Começo do Fim

A história de Carolina Villenflusser nasceu como uma crônica sem maiores pretensões no blog Championship Chronicles, quando, numa sala de chat, ela conhece Rodrigo, que alega, com a mesma naturalidade de alguém que pede ao garçom para fechar a conta, ser um serial killer. Carolina, duvidando do que o rapaz dizia, marcou um encontro com ele.

Nunca mais foi vista.

Quer dizer, até o Tyler decidir continuar a história, usando outro estilo e outro ponto de vista, relatando uma notícia de jornal que abordava o desaparecimento da garota.

Nascia aí o projeto “O Triste Fim de Carolina Villenflusser”, onde cada blogueiro convidado a participar (sempre pelo último a postar) será adicionado como autor do blog e escreverá sua continuação para a história, da forma que quiser, no estilo que desejar, no formato que escolher.

A regra é apenas uma: o blogueiro precisa se divertir tanto quanto o leitor.

Ah, sim... Citar a Carolina no texto é razoavelmente importante.