Não me lembro quanto tempo durou a ida do motel até meu apartamento. Você falava, parecia em êxtase. Você não acreditava, achava que era pura encenação. Não prestei atenção no que falava, suas palavras eram barulhos irreconhecíveis. Algo diferente estava acontecendo. Respondia suas perguntas vagamente, só queria chegar logo em casa.
“Quer dizer que aqui é o matadouro, não é?” Você deu uma leve risada irônica, logo após entrar. Sentia-me perdido, nunca fiquei assim antes. Você mexeu comigo, Carolina. Você era diferente das outras. Você é diferente. Sabia quem eu sou, sabe qual será o final. Mesmo assim, continuou.
Sentamos no sofá. Você me perguntava detalhes sobre as outras vitimas. Como eu as conheci, como as matei, o que senti. Percebi que você ainda não acreditava, minha Carolina. Era tudo diversão, você estava fascinada.
Por quanto tempo conversamos? Não sei, não sei. Somente sei que você foi a única com qual conversei bastante. Você, com suas frases longas. Eu, com minhas frases rápidas, lacônicas. Carolina, você era diferente das outras. Você é diferente.
Mas algo mudou, logo após você me contar sobre seu caso com alguém, que se chamava Mauricio. Você mudou, Carolina. Cada palavra era proferida com um sabor de tristeza, magoa. Uma Caroline diferente apareceu. E me fascinou. Você era diferente, Carolina.
Mas, ainda assim, você não achava que era pura encenação. Até aquele momento...
- Essa conversa me deixou com um pouco de sede. Onde tem água aqui? Vinho eu sei que não tem, você não bebe.
- Na geladeira tem água.
Você viu, Carolina... você viu a verdade lá. Na geladeira. Pedaços de outras vitimas. Você as encarou por um tempo. Uma sombra caiu sobre você, algo aconteceu. Você sabia quem eu era. Já sabia o final. Mas, mesmo assim, você continuou.
- Então é verdade.
- Sim...
- Você vai me matar mesmo?
- Sim...
- Nenhuma chance de evitar isso?
- Você sabe que não.
“É, eu sei.” Sua frase ecoou em minha mente, Carolina. Está até hoje, como uma tatuagem.
- Onde você vai me matar?
- No banheiro. Já está tudo preparado lá.
- Prefiro que seja aqui, na sala. Traga para cá, eu espero. Não vou fugir.
Enquanto eu preparava tudo, você olhava meus CDs. Você estava diferente. A sombra ainda estava em você. E, por mais contraditório que pareça, estava calma. Você queria isso. Olhou quase todos meus CDs.
- Você tem um gosto musical único. Sempre achei que psicopatas gostassem de músicas barulhentas. Mas você prefere jazz. Não só jazz, claro, mas sua coleção é grande.
Mas o cd que você escolheu não era jazz. Olhou para a capa por alguns segundos. Colocou no aparelho e foi direto para uma única música. A minha música preferida, Carolina. Você era diferente. Você é diferente.
Standing here / The old man said to me / “Long before these crowded streets / Here stood my dreaming tree...
Tudo pronto. Você se posicionou no plástico que coloquei no chão. Fiquei na sua frente, em silêncio. Seu olhar me atraia, não conseguia desviar o olhar. Algo diferente estava acontecendo. Mas você sabia o final, e continuou assim mesmo.
Não conseguia levantar a faca. Você se aproximou e a encostou em seu peito. Suas mãos estavam macias. Você parecia calma.
I would leave you now / If a had the strenght to / I would leave you up / To your own devices / Will you not talk / Can you take pity / I don’t ask much...
Seu olhar me fascinou. Você me fascinou. Carolina, você era diferente, você é diferente. Você foi até o fim. A ponta da faca em seu peito, suas mãos macias na minha. Era a hora.
Seus olhos se fecharam, e seu reflexo na faca sumiu.
“Daddy come quick / The dreaming tree has died / I can’t find my way home / There is no place to hide / The dreaming tree has died”.
“Quer dizer que aqui é o matadouro, não é?” Você deu uma leve risada irônica, logo após entrar. Sentia-me perdido, nunca fiquei assim antes. Você mexeu comigo, Carolina. Você era diferente das outras. Você é diferente. Sabia quem eu sou, sabe qual será o final. Mesmo assim, continuou.
Sentamos no sofá. Você me perguntava detalhes sobre as outras vitimas. Como eu as conheci, como as matei, o que senti. Percebi que você ainda não acreditava, minha Carolina. Era tudo diversão, você estava fascinada.
Por quanto tempo conversamos? Não sei, não sei. Somente sei que você foi a única com qual conversei bastante. Você, com suas frases longas. Eu, com minhas frases rápidas, lacônicas. Carolina, você era diferente das outras. Você é diferente.
Mas algo mudou, logo após você me contar sobre seu caso com alguém, que se chamava Mauricio. Você mudou, Carolina. Cada palavra era proferida com um sabor de tristeza, magoa. Uma Caroline diferente apareceu. E me fascinou. Você era diferente, Carolina.
Mas, ainda assim, você não achava que era pura encenação. Até aquele momento...
- Essa conversa me deixou com um pouco de sede. Onde tem água aqui? Vinho eu sei que não tem, você não bebe.
- Na geladeira tem água.
Você viu, Carolina... você viu a verdade lá. Na geladeira. Pedaços de outras vitimas. Você as encarou por um tempo. Uma sombra caiu sobre você, algo aconteceu. Você sabia quem eu era. Já sabia o final. Mas, mesmo assim, você continuou.
- Então é verdade.
- Sim...
- Você vai me matar mesmo?
- Sim...
- Nenhuma chance de evitar isso?
- Você sabe que não.
“É, eu sei.” Sua frase ecoou em minha mente, Carolina. Está até hoje, como uma tatuagem.
- Onde você vai me matar?
- No banheiro. Já está tudo preparado lá.
- Prefiro que seja aqui, na sala. Traga para cá, eu espero. Não vou fugir.
Enquanto eu preparava tudo, você olhava meus CDs. Você estava diferente. A sombra ainda estava em você. E, por mais contraditório que pareça, estava calma. Você queria isso. Olhou quase todos meus CDs.
- Você tem um gosto musical único. Sempre achei que psicopatas gostassem de músicas barulhentas. Mas você prefere jazz. Não só jazz, claro, mas sua coleção é grande.
Mas o cd que você escolheu não era jazz. Olhou para a capa por alguns segundos. Colocou no aparelho e foi direto para uma única música. A minha música preferida, Carolina. Você era diferente. Você é diferente.
Standing here / The old man said to me / “Long before these crowded streets / Here stood my dreaming tree...
Tudo pronto. Você se posicionou no plástico que coloquei no chão. Fiquei na sua frente, em silêncio. Seu olhar me atraia, não conseguia desviar o olhar. Algo diferente estava acontecendo. Mas você sabia o final, e continuou assim mesmo.
Não conseguia levantar a faca. Você se aproximou e a encostou em seu peito. Suas mãos estavam macias. Você parecia calma.
I would leave you now / If a had the strenght to / I would leave you up / To your own devices / Will you not talk / Can you take pity / I don’t ask much...
Seu olhar me fascinou. Você me fascinou. Carolina, você era diferente, você é diferente. Você foi até o fim. A ponta da faca em seu peito, suas mãos macias na minha. Era a hora.
Seus olhos se fecharam, e seu reflexo na faca sumiu.
“Daddy come quick / The dreaming tree has died / I can’t find my way home / There is no place to hide / The dreaming tree has died”.
8 comentários:
Pronto, agora fudeu e ela morreu. hehehe
Vixe, entao jah era msm
Não sei.......
Só posso dizer que .. não sei!
Eu só acredito se eu ver....
Sem corpo sem morto. =p
Pode ser uma carolina de chocolate.
eu também só acredito vendo o corpo
mesmo que na geladeira!
morreu ou nao morreu? that's the question...
Se morreu eu não sei, mas se não morreu foi uma quase morte poética.
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